Qual é a prevalência dos TEA (Transtornos do Espectro Autista)?

As estimativas realizadas para pessoas com TEA, aceitas internacionalmente, variam muito. De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas, ou simplesmente Nações Unidas), seriam cinco para dez mil (ou 0,05%). Para a OMS (Organização Mundial de Saúde), seis para mil (ou 0,6%). E para os Centers for Disease Control and Prevention («Centros de Controle e Prevenção de Doenças» dos Estados Unidos da América ou CDC) teríamos um para 88 (ou 1,1%). Se formos admitir no Brasil, os dados da OMS, teríamos 1.216.611 pessoas com autismo. Para a ONU, haveria 101.384 pessoas com TEA. E ao aceitar as estimativas do CDC, teríamos 2.304.188 indivíduos com TEA. Em Portugal, as estimativas seriam as seguintes: 5.243 (ONU), 62.923 (OMS) e 119.173 (CDC) pessoas com autismo ou TEA.  

Essa variação considerável pode ser explicada, em parte, pela forma como o autismo é investigado, os critérios de diagnóstico e a consciência dos profissionais quanto à síndrome. A pesquisadora Cristiane Silvestre de Paula e seus colaboradores realizaram um estudo num bairro no município de Atibaia, no estado de São Paulo, onde residiam 1470 crianças na faixa etária de 7 a 12 anos. A considerar esse total, doze crianças preencheram os critérios de Transtornos do Espectro Autista, ou 0,82% do total (adolescentes e adultos não participaram diretamente da pesquisa). 

Alguns dados e estatísticas interessantes:

  • Os Transtornos do Espectro Autista ocorrem em todos os grupos étnicos, nacionais, religiosos e socioeconômicos. 
  • Os TEA são quase cinco vezes mais comuns em homens (um em 54) do que em mulheres (uma em 252), a considerar a estimativa do CDC. 
  • Estudos feitos na Ásia, Europa e América do Norte identificaram as pessoas com TEA com uma prevalência aproximada de 1%. Na Coreia do Sul houve uma prevalência de 2,6%.
  • Entre 2006 e 2008, cerca de uma a cada seis crianças nos EUA tinham alguma deficiência de desenvolvimento que variava desde deficiência leve e dificuldades de fala e linguagem até deficiências de desenvolvimento, tais como retardo mental, paralisia cerebral e autismo. 


Referências

BAIO, Jon. Prevalence of Autism Spectrum Disorders — Autism and Developmental Disabilities Monitoring Network, 14 Sites, United States, 2008. Surveillance Summaries. March 30, 2012 / 61(SS03);1-19. Disponível em http://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/ss6103a1.htm?s_cid=ss6103a1_w (acesso em 25 de janeiro de 2015).

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Estimativas da população residente no Brasil e unidades da federação com data de referência em 1º de julho de 2014. Disponível em ftp://ftp.ibge.gov.br/Estimativas_de_Populacao/Estimativas_2014/estimativa_dou_2014.pdf (acesso em 25 de janeiro de 2015).

INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA. População residente. Disponível em http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_indicadores&indOcorrCod=0003182&selTab=tab0&xlang=pt (acesso em 25 de janeiro de 2015).

KIM YS, LEVENTHAL BL, KOH YJ, FOMBONNE E, LASKA E, LIM EC, CHEON KA, KIM SJ, KIM YK, LEE H, SONG DH, GRINKER RR. Prevalence of autism spectrum disorders in a total population sample. Am J Psychiatry. 2011 Sep;168(9):904-12. doi: 10.1176/appi.ajp.2011.10101532. Epub 2011 May 9. Disponível em http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21558103 (acesso em 25 de janeiro de 2015).

PAULA CS, RIBEIRO SH, FOMBONNE E, MERCADANTE MT. Brief Report: Prevalence of Pervasive Developmental Disorder in Brazil: A Pilot Study. J  Autism Dev Disord. 2011 Feb 21; [Epub ahead of print] PMID: 21337063

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