Dia dos namorados, autismo e sexualidade

No dia doze de junho celebra-se o dia dos namorados no nosso país. O motivo de comemorarmos tal festividade neste dia é que esta data é anterior à celebração de Santo António de Lisboa (também conhecido como Santo António de Pádua), conhecido como um santo casamenteiro pela religiosidade popular. É nessa época em que muitas mulheres solteiras realizam as famosas “simpatias” para encontrar um bom marido ou namorado. Óbvio que todos os dias podem – e devem – ser utilizados para celebrar o amor e o carinho. E as pessoas autistas não podem ficar fora.

Todas as pessoas deveriam ter direito ao amor e a uma sexualidade saudável. Ainda é um tabu que autistas possam vivenciar essas coisas. Não é raro que muitas mães e pais de crianças e adolescentes com autismo mostrem-se preocupados com a sexualidade de seus filhos, principalmente no que se refere à falta de informação e como abordar o tema. Para boa parte da sociedade, pessoas autistas são seres extremamente limitados, que não têm sentimentos, que não conseguem demonstrar afeto. Historicamente, pessoas autistas já foram submetidas a muitas condições ruins, com uma vida sexual restringida ou nula. 

No artigo 23 da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência está escrito o seguinte:

Os Estados Partes tomam todas as medidas apropriadas e efectivas para eliminar a discriminação contra pessoas com deficiência em todas as questões relacionadas com o casamento, família, paternidade e relações pessoais, em condições de igualdade com as demais, de modo a assegurar:
a) O reconhecimento do direito de todas as pessoas com deficiência, que estão em idade núbil, em contraírem matrimónio e a constituírem família com base no livre e total consentimento dos futuros cônjuges;
b) O reconhecimento dos direitos das pessoas com deficiência a decidirem livre e responsavelmente sobre o número de filhos e o espaçamento dos seus nascimentos, bem como o acesso a informação apropriada à idade, educação em matéria de procriação e planeamento familiar e a disponibilização dos meios necessários para lhes permitirem exercer estes direitos;
c) As pessoas com deficiência, incluindo crianças, mantêm a sua fertilidade em condições de igualdade com os outros.

De forma que, no dia dos namorados, devemos olhar com alguma atenção e carinho pelas pessoas com autismo e compreender que elas também têm todo o direito a esse amor mútuo (caso desejem) e serem capazes de expressar seu amor pelos outros, inclusive no que se refere à sexualidade. Caso você tenha algum parente ou amigo com autismo, você deve levar isso em consideração. Também demonstre seu amor sincero a essas pessoas, entenda suas limitações, seja aquele que possa compreendê-lo(a). Afinal, o amor deve estar presente os 365 dias do ano; todos os dias de nossas vidas são importantes para a celebração do amor. 

Referências

NAÇÕES UNIDAS. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. http://www.inr.pt/content/1/1187/convencao-sobre-os-direitos-das-pessoas-com-deficiencia (acesso em 8 de junho de 2015)

SUAPESQUISA.COM. Dia dos Namorados. Disponível em http://www.suapesquisa.com/datascomemorativas/dia_dos_namorados.htm (acesso em 8 de junho de 2015)

Sem comentários:

Enviar um comentário

Leia antes de fazer teu comentário

- Os comentários não são moderados.

- Somente publique comentários relacionados ao conteúdo do texto ou do blogue.

- Não faças uso de termos preconceituosos e/ou obscenos.

- Os comentários não refletem a opinião do autor.

- Caso perceba qualquer erro (gramática, ortografia, histórico, científico etc), deixe-o registrado nos comentários.

TUA PARTICIPAÇÃO É MUITO IMPORTANTE.